06/05/2013

Ato público reúne estudantes e professores do Estado e Município

Vereador e Professor Carlos Hermes defende a classe
O primeiro semestre de 2013 está sendo marcado por manifestações dos trabalhadores. A prova foi o ato que aconteceu hoje (06) pela manhã na Praça de Fátima, reunindo tanto professores do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos Educacionais de Imperatriz (Steei), quanto do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes Públicas estaduais e municipais do Maranhão (Sinproesemma).

A aprovação, na Câmara Municipal, do Projeto de Lei nº01/2013, que dispõe sobre o reajuste salarial dos servidores públicos municipais, e as modificações feitas no Estatuto do Educador, demonstram o quanto os governos de Imperatriz e do Maranhão estão distantes dos debates classistas e reforçam a necessidade de um mandato popular e participativo.
Numa tentativa frustrada de negociação com o Poder Executivo os sindicatos, que estão em greve, resolveram unir forças e reivindicar seus direitos diante de tamanho autoritarismo e presunção. Para tanto, têm contado com o apoio dos alunos e dos pais, o que ficou evidenciado nas falas desta segunda e na ação do Movimento Estudantil que acontecerá na próxima sexta (10), às 9h da manhã, na Praça Brasil.
Professores  lotam a Praça de Fátima

Infelizmente, com as atitudes governamentais, toda a sociedade imperatrizense sai perdendo. A desvalorização e exploração da mão de obra do operário que, para conquistar o que deveria ser seu por garantia, tem que repor as aulas perdidas, atinge famílias inteiras, em particular estudantes que merecem um ensino de qualidade e são privados em decorrência de um governo que não dialoga com a classe.
Entenda as greves

O Steei fez um cálculo baseado no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que teve um aumento considerável este ano e pediu, inicialmente, um aumento de 20% no salário e vale-ticket de 250 reais para professores e de 150 para os demais trabalhadores, além do cumprimento de 1/3 da carga horária em atividades extraclasse. A proposta realizada pelo governo Madeira foi de um aumento de apenas 6%. 

No dia 23 de abril, 16 vereadores da base do governo votaram a favor do Projeto e somente a oposição votou com os servidores públicos, ficando ao lado da população (Carlos Hermes e Marco Aurélio – PcdoB, Aurélio – PT e Rildo Amaral – PDT). Com o resultado vergonhoso, os educadores foram às ruas e decidiram recorrer à Justiça e manter a greve, iniciada em 15 de abril, até obterem resultado.

Carlos Hermes, também professor, tem estado ao lado do movimento e participado ativamente da luta do Steei e do Sinproesemma, do qual é vice-presidente estadual. Para ele, educação, saúde e segurança devem ter prioridade na legislatura. Antes da eleição do projeto, Hermes fez um último apelo aos parlamentares e questionou a aliança deles com o prefeito:

  “Quero ter orgulho desse parlamento e dizer que ele representa o povo e não um patrão. Não sei que tipo de aliado é este. Que fidelidade é essa que está acima dos direitos humanos?”

Com a greve da rede de ensino estadual desde 23 de abril, grande parte das escolas do Maranhão estão paradas. O Sinproesemma exige que o Estatuto do Educador, construído em conjunto com o governo, seja encaminhado para a Assembleia Legislativa e entre em vigor. Até agora, o Secretário de Gestão e Previdência, Fábio Gondim, fez diversas modificações no Estatuto e retirou parte dos direitos dos professores. Eles pedem, entre outras coisas:

  • Negociação e consenso no Estatuto do Educador, incluindo professores, especialistas e funcionários de escola;
  • Eleição direta para diretor de escola;
  • Correção do Piso Salarial aplicado linearmente na Nova Tabela Salarial; o cumprimento integral da jornada extraclasse de 1/3;
  • Nomeação dos excedentes do concurso de 2009.
Juliana Carvalho

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