Blog Terror do Nordeste
E 2011 está chegando ao fim com uma bomba política nas livrarias. A Privataria tucana, muito bem escrita e documentada pelo jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Ele provocou um fato político que deixou o PSDB em polvorosa. Ficou evidente que a patota de FHC/Serra não esperava. O trabalho apresenta documentos que comprovam falcatruas ocorridas no governo de Fernando Henrique Cardoso e com Serra na cabeça.
A mídia de mercado, pelo menos até agora, não se manifestou. Há informações que o tema está pautado por jornais de outros países. Geralmente quando isso acontece o tema acaba indo para as páginas dos jornalões daqui.
O líder do PSDB, senador Álvaro Dias, que diariamente denuncia supostos casos de corrupção no atual governo de Dilma Rousseff tentou minimizar as acusações de Amaury dizendo simplesmente que se trata de “café requentado”. Isso não é resposta. FHC, em cujo governo ocorreu a tal privataria, solidarizou-se com José Serra.
O deputado Protogenes Queiroz, PC do B-SP, especialista em investigar fraudes quando era delegado da Polícia Federal, não perdeu tempo e já recolheu quase o número de assinaturas necessárias para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar as denúncias. Fez bem o parlamentar, porque o tema não pode passar despercebido e respondido da forma que fez o senador Álvaro Dias ou com notinhas de Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves e outros menos votados.
Amaury Ribeiro Júnior, que em poucos dias vendeu mais de 30 mil exemplares, pesquisou todas as denúncias durante muitos anos até editar a Privataria tucana, que poderia ser conhecida também como Pirataria tucana. Trechos do trabalho aparecem em blogs na internet e dão a volta por cima do silêncio da mídia de mercado.
Em jogo estão bilhões de reais revertidos para os bolsos de muitos cidadãos acima de qualquer suspeita que se locupletaram com as privatizações a preço de banana.
De quebra, o livro de Amaury Ribeiro Junior apresenta dossiês montados contra adversários, até mesmo contra o senador Aécio Neves e outras coisas mais. A investigação mostra um esquema de lavagem de dinheiro com conexões em paraísos fiscais.
Estão envolvidos, entre outros, segundo o jornalista, o ex-governador paulista e candidato à Presidência da República em 2002 e 2010, José Serra, a filha Monica e outros big-shots do PSDB. E ainda aparece o banqueiro acima de qualquer suspeita Daniel Dantas.
Quem sabe da vida de Daniel Dantas é Protogenes Queiroz, que investigou profundamente o banqueiro e poderá, como relator ou presidente da CPI, enfrentá-lo cara a cara se for mesmo aprovada a instalação da comissão, como todos os cidadãos contribuintes estão a exigir.
A revista Carta Capital saiu na frente e já apresentou matéria esclarecedora a respeito do livro. Pela gravidade das denúncias, a cúpula tucana e o próprio FHC deveriam responder as perguntas que surgem. Se por acaso continuarem negando serão obrigados a entrar na Justiça. Até porque, argumentar apenas que o livro é “café requentado” não responde ao que está sendo denunciado.
E cá entre nós, como é diferente o comportamento dos arautos da moralidade quando tratam de matérias relacionadas com ministros do atual governo e o esquema acontecido durante o período de privatização de estatais na gestão tucana. A mídia de mercado segue a mesma linha. É possível que pela gravidade do que foi apresentado não vai dar para empurrar eternamente as denúncias para debaixo do tapete, como fazem geralmente quando estão envolvidos cidadãos do tipo acima de qualquer suspeita.
Falando nisso, o que terão a dizer Rodrigo Maia, filho de Cesar Cidade da Música Maia, ACM neto e outros políticos que vivem posando de arautos da moralidade com denúncias diárias contra ministros?
Como reflexão de fim de ano é válida para qualquer dia do ano, por que os meios de comunicação não informam nada sobre quanto os brasileiros estão pagando em matéria de juros da dívida pública?
Volta e meia os jornalões falam dos gastos relativos à corrupção, mas não informam que diariamente o Estado brasileiro gasta 1 bilhão de reais com a dívida pública.
Outro tema que merece reflexão profunda é o relacionado com a privatização dos aeroportos. Sérgio Cabral defende com unhas e dentes a privatização do aeroporto Tom Jobim. Já a mídia de mercado apresenta quase diariamente matérias enfatizando um suposto deterioramento dos serviços do aeroporto internacional do Rio de Janeiro.
É o tipo da campanha orquestrada. O Tom Jobim, ao contrário do que dizem os meios de comunicação de mercado, atende perfeitamente aos interesses da população. Façam a comparação, por exemplo, com o aeroporto Charles De Gaulle, de Paris. Se o viajante quiser guardar malas e pegá-las depois das 9 da noite, impossível. Sabem o motivo? Simplesmente porque o referido serviço no aeroporto francês fecha as 9 da noite e só reabre no dia seguinte cedo. Já no “deteriorado” Tom Jobim, o guarda-malas funciona 24 horas por dia.
O governo Dilma Rousseff começou dar os primeiros passos no sentido de privatizar alguns aeroportos, como o de Guarulhos e do Distrito Federal, contrariando o que tinha dito em campanha.
Fica como sugestão de pauta a de se fazer levantamento dos principais aeroportos do mundo para saber se estão sob o controle do Estado ou em mãos privadas. Seria interessante também saber o motivo pelo qual muitos países entendem que não se deve privatizar aeroporto e sim mantê-lo sob controle do Estado.
Seria também importante que a opinião pública e a própria Presidenta Dilma Rousseff - caso não saiba, o que é difícil - fossem informadas se na América Latina e pelo mundo afora existem aeroportos e linhas aéreas que foram reestatizadas depois da enxurrada privatista do período neoliberal, que esteve no auge na Argentina com o presidente Carlos Menem e por aqui com FHC.
Mário Augusto JakobskindÉ correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE Direto da Redação
Caro Hermes,
ResponderExcluirGoebbels, o "publicitário" de Hitler, dizia que a mentira repetidas muitas vezes torna-se verdade.
Acossado pelas denúncias comprovadas de corrupção contra oito ministros (seis "pediram demissão", não?; fossem inocentes teriam permanecido nos ministérios!) o governo – melhor chamar de “desgoverno” – do PT e o PT do desgoverno, reconheceram que não podiam continuar apenas com aquela característica “cara-de-pau” como a dizer: não tenho nada a ver com isso! Aliás, “como a dizer”, não, corrijo-me, dizendo, pois a Dilma Rousseff, já declarou que a “consultoria” de Pimentel, não tem nada a ver com o governo dela. E o que fizeram? Trouxeram à arena política em que se comprovou o que o PT sempre foi – um partido sem ética, sim, trouxeram de entre centenas de páginas de inquéritos policiais o tal Amaury Ribeiro Jr., bem conhecido da crônica policial na esfera federal, indiciado que está por diversos crimes cometidos.
Contam os petistas com a verdade goebbelsiana: por meio da exaustiva publicação da “verdade” da “privataria tucana”, tencionam desviar o foco das denúncias contra a seita petista e levar os incautos a acreditarem na mentira mil vezes repetida. Terão sucesso? Sem dúvida! Mas sempre restarão aqueles que escaparão da sanha petista.
Visitando diversos blogs – inclusive o seu - que resolveram coperar para tornar vitoriosa a tese de Goebbels, no que diz respeito à “Privataria” de Amaury, noto o seguinte: acusam a imprensa livre (que eles inistem em chamar de PIG, agora que o PT é o centro das notícias sobre escândalos) de não dar publicidade ao livro “Privataria Tucana” porque estaria defendendo ou protegendo José Serra.
Nesse sentido seria bom que os petistas e esquerdistas em geral não lessem apenas o que o PARTIDO MANDA LER, mas lessem também outra coisa, outras matérias com posições contrárias. Por exemplo, que lessem o artigo de Merval Pereira, publicado em O Globo do último domingo (18/12/2011), no qual o bom (laureado nacional e internacionalmente), honesto (petistas, se não souberem o significa desta palavra, ela se encontra definida no Aurélio!) e corajoso (já remou contra a maré da Globo muitas vezes), sim, como bom, honesto e corajoso jornalista, no artigo “A ficção de Amaury”, Merval põe os pingos nos seus respectivos “is”.
Destaco o seguinte do artigo (nas citações os colchetes são meus):
CONTINUO O COMENTÁRIO NO PRÓXIMO
CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO DE SILAS:
ResponderExcluirDestaco o seguinte do artigo (nas citações os colchetes são meus):
1. Merval traz à elembrança que “outros livros como “O Chefe” [ignorado solenemente pelos blogs esquerdistas], de Ivo Patarra, com acusações gravíssimas contra o governo de Lula, também não tiveram repercussão na ‘grande imprensa’”. Por que? Porque a grande impresa, explica Merval, a tal PIG, tem mais responsabilidade que “os blogueiros ditos independentes, mas que, na maioria, são sustentados pela verba oficial e fazem propaganda política, demorou mais a entrar no assunto, ou simplesmente não entrará, porque precisava analisar com tranquilidade o livro para verificar se ele realmente acrescenta dados novos às denúncias sobre as privatizações, e se tem provas.”
2. Merval faz-nos lembrar que Amaury foi indiciado pela PF pelos crimes de “violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e oferta de vantagem a testemunha, tendo participado, como membro da equipe da candidata [à presidencia, Dilma Rousseff] do PT, de atos contra o adversário tucano”. A conclusão de Merval é irretorquível: “O livro [o da privataria], continua sendo parte de sua atividade como propagandista petista e, evidente, tem pouca credibilidade [petistas, a palavra credibilidade também está no Aurélio] na origem.” O título do livro mais reflete a escolha política do “jornalista” do que o trabalho de um profissional da imprensa – que tem de ser bom, honesto e corajoso.
3. O livro está recheado de provas documentais, insistem os petistas e apaniguados apanhados com a boca na botija da corrupção denunciada pela imprensa, o tal PIG. É mesmo? Veja só o que Merval diz sobre o assunto: “Ele [Amaury] e seus apoiadores ressaltam que 1/3 do livro é composto de documentos, para dar apoio às denúncias. Mas se os documentos, como dizem, são todos oficiais e estão nos cartórios e juntas comerciais, imaginar que revelam crimes contra o patrimônio público é ingenuidade ou má-fé. Que trapaceiro registra seus trambiques em cartório?”
Não padeço da dúvida de Merval: é má-fé!
CONTINUO NO PRÓXIMO
CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO DE SILAS:
ResponderExcluir4. Merval toca em outro ponto: o tempo que os petistas no governo tiveram para tratar do assunto: rever as privatizações feitas durante o governo de FHC já que, segundo a cantilena esquerdista, foram danosas ao erário e caldo de cultura de corrupção. Diz ele: “Acontece que passados 17 anos do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, e estando o PT no poder há 9 anos, não houve um movimento para rever as privatizações.” Por que?
Em primeiro lugar porque as privatizações foram e são um benefício para o Brasil. Até porque o governo da Dilma do PT reconheceu que privatizar é o caminho e resolveu privatizar (sei, tem o eufemismo da “concessão”) os aeroportos brasileiros... Esse PT...
Em segundo lugar porque, diz Merval, “os julgamentos [sim, senhores, tucanos foram acusados e julgados e inocentados!] de processos contra os dirigentes [obviamente os tucanos] da época das privatizações não dão sustentação às críticas e às acusações de ‘improbridade administrativa’ na Telebrás.”
E aqui cito mais longamente Merval: “A decisão nº 765/99 do Plenário do Tribunal de Contas da União concluiu que, além de não haver qualquer irregularidade no processo, os responsáveis ‘não visavam favorecer em particular o consórcio composto pelo Banco Opportunity e pela Itália Telecom, mas favorecer a competividade do leilão da Tele Norte S/A, objetivando um melhor resultado para o erário na desestatização dessa empresa.” E, e isto é de máxima importância para pessoas honestas, “Também o Ministério Público de Brasília foi derrotado e, no recurso, o Tribunal Regional Federal do Distrito Federal decidiu, através do juiz Tourinho Neto, não apenas acatar a decisão do TCU mas afirmar que ‘não restaram provadas as nulidades levantadas no processo licitatório de privatização do Sistema Telebrás. Da mesma forma, não está demonstrada a má-fé, premissa do ato ilegal e ímprobo, para impor-se uma condenação aos réus. Também não se vislumbrou ofensa aos princípios constitucionais da Administração Pública para configurar a improbridade administrativa’.”
Há outras questões no artigo de Merval Pereira que nos remetem a uma única conclusão: quem está desesperado não é o tucanato, mas é o PT e seus asseclas esquerdistas que agora recorrem – como já fizeram outras vezes, com sucesso – à tese de Goebbels.
Por que você não publica o artigo de Merval? Por que não publica a decisão do desembargador Tourinho Neto sobre o assunto? Isso seria jornalismo BOM, HONESTO E CORAJOSO!