15/02/2016

Professores recebem formação para atuarem no combate ao trabalho escravo

O Maranhão é o principal emissor de migrantes que, posteriormente, acabam sendo explorados como trabalhadores escravos. O estado também ocupa o quinto lugar no ranking dos principais estados brasileiros em que o trabalho escravo acontece. Tendo isso em vista, a ONG Repórter Brasil está realizando no município de Imperatriz, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc MA), o programa “Escravo, nem pensar!”. Nas manhãs e tardes dos dias 15 e 16, no auditório da Unidade Regional de Educação de Imperatriz (UREI), professores da rede estadual de ensino recebem formação para que sejam multiplicadores no combate ao trabalho escravo, principalmente de crianças e adolescentes.



A diretora regional de educação, Orleane Evangelista de Santana explica que o programa “Escravo, nem pensar!” tem como objetivo ajudar a erradicar o trabalho escravo contemporâneo  através de ações educativas feitas diretamente nas escolas, por isso o público-alvo do evento são os professores. “Eles farão um trabalho diretamente com os outros professores das escolas, que também serão multiplicadores junto aos alunos. O objetivo é conscientizar nossos alunos da rede estadual para que eles saibam se defender numa situação de aliciamento, porque é dessa forma que o trabalho escravo contemporâneo acontece: os "gatos", como são conhecidos, se aproximam dos jovens e adolescentes prometendo altos salários e uma vida relativamente fácil e quando esses jovens viajam para os interiores, eles não conseguem mais sair dessa situação”.

 Açailândia, Balsas, Codó, Imperatriz, Santa Inês, São João dos Patos e São Luís são as cidades do Maranhão com os maiores índices de trabalho escravo. O vereador Prof. Carlos Hermes também esteve presente no evento e reconhece essa situação: “É de suma importância envolver a educação e os educadores nessa temática, devemos levar essa bandeira à sociedade que muitas vezes ignora a realidade do que é o trabalho escravo em pleno século 21, principalmente nessa região que é muito forte. A escravidão no Brasil não acabou com a Lei Áurea, ela está camuflada nas relações cotidianas de trabalho, onde a maioria das vítimas são as pessoas negras. Acredito que juntos, cada um fazendo sua parte, seja denunciando ou prevenindo, poderemos erradicar o trabalho escravo de vez do nosso estado”.

Desde junho de 2015, a ONG Repórter Brasil está trabalhando em parceria com a Seduc, junto às Unidades de Regionais de Educação (UREs), em todas as escolas da rede estadual. Durante a formação serão realizadas palestras, minicursos e a exposição de relatos de experiências de trabalho escravo. A primeira fase do programa “Escravo, nem pensar!” se estenderá até junho de 2016.

Vereador Prof. Carlos Hermes e Prof. Joelma


Diretora regional de educação - Prof. Orleane Santana, gestora regional de educação - Rosyjane Paula, procurador do MPT/MA - Ítalo Rodrigues, representante do Centro de Cultura Negra, Negro Cosme (CCNNC) - Isaura Silva

Professores Orleane Santana, Carlos Hermes e Luíza

material didático

palestrante Prof. Milton 


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