O
Maranhão é o principal emissor de migrantes que, posteriormente, acabam sendo
explorados como trabalhadores escravos. O estado também ocupa o quinto lugar no
ranking dos principais estados brasileiros em que o trabalho escravo acontece.
Tendo isso em vista, a ONG Repórter Brasil está realizando no município de
Imperatriz, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc MA), o
programa “Escravo, nem pensar!”. Nas manhãs e tardes dos dias 15 e 16, no
auditório da Unidade Regional de Educação de Imperatriz (UREI), professores da
rede estadual de ensino recebem formação para que sejam multiplicadores no
combate ao trabalho escravo, principalmente de crianças e adolescentes.
A
diretora regional de educação, Orleane Evangelista de Santana explica que o
programa “Escravo, nem pensar!” tem como objetivo ajudar a erradicar o trabalho
escravo contemporâneo através de ações educativas feitas diretamente nas
escolas, por isso o público-alvo do evento são os professores. “Eles farão um
trabalho diretamente com os outros professores das escolas, que também serão
multiplicadores junto aos alunos. O objetivo é conscientizar nossos alunos da
rede estadual para que eles saibam se defender numa situação de aliciamento,
porque é dessa forma que o trabalho escravo contemporâneo acontece: os
"gatos", como são conhecidos, se aproximam dos jovens e adolescentes
prometendo altos salários e uma vida relativamente fácil e quando esses jovens
viajam para os interiores, eles não conseguem mais sair dessa situação”.
Açailândia, Balsas, Codó, Imperatriz, Santa
Inês, São João dos Patos e São Luís são as cidades do Maranhão com os maiores
índices de trabalho escravo. O vereador Prof. Carlos Hermes também esteve
presente no evento e reconhece essa situação: “É de suma importância envolver a
educação e os educadores nessa temática, devemos levar essa bandeira à
sociedade que muitas vezes ignora a realidade do que é o trabalho escravo em
pleno século 21, principalmente nessa região que é muito forte. A escravidão no
Brasil não acabou com a Lei Áurea, ela está camuflada nas relações cotidianas
de trabalho, onde a maioria das vítimas são as pessoas negras. Acredito que
juntos, cada um fazendo sua parte, seja denunciando ou prevenindo, poderemos
erradicar o trabalho escravo de vez do nosso estado”.
Desde
junho de 2015, a ONG Repórter Brasil está trabalhando em parceria com a Seduc,
junto às Unidades de Regionais de Educação (UREs), em todas as escolas da rede
estadual. Durante a formação serão realizadas palestras, minicursos e a
exposição de relatos de experiências de trabalho escravo. A primeira fase do
programa “Escravo, nem pensar!” se estenderá até junho de 2016.
Vereador Prof. Carlos Hermes e Prof. Joelma |
Professores Orleane Santana, Carlos Hermes e Luíza |
material didático |
palestrante Prof. Milton |
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