26/07/2015

MINHAS BREVES MEMÓRIAS DE UM DCE DE LUTAS!

Entrevista à Mirante em frente ao DCE-UEMA em 2003.

Com André Santos na Marcha dos 100 mil em 1999 em Brasília.
Tive a honra de assumir como coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes do Cesi-Uema na gestão Autonomia Estudantil composta inicialmente sob a coordenação geral do estudante de Letras José Conceição Sousa, hoje chefe do Cartório Eleitoral de Imperatriz, e eu na condição de vice coordenador. Ainda na fase inicial da gestão(2002 -2003) por motivos de ordem pessoal Sousa renunciou ao cargo cabendo a mim seguir na coordenação geral de uma gestão histórica formada ainda pelo camarada Davison Nascimento, hoje professor da Uema e Assessor Especial de Articulaçã Política do governo do Estado, como Secretário Geral;Raimundo Santos, hoje professor doutor da Uema e Unissulma; Claudia Maracaipe, hoje funcionária pública federal; Verônica Viana, atualmente na Superintendência do Incra de Imperatriz; Adalberto Torres, administrador e funcionário público municipal e George Amilca.
A gestão Autonomia Estudantil foi marcada pela resistência à conjuntura política oligárquica do Maranhão de Roseana Sarney com fortes reflexos e reprodução do modus operandi na administração da Universidade Estadual com a Reitoria de Waldir Maranhão, e na parte reacionária do movimento estudantil comandada pelo eterno estudante de veterinária Marconi Edson.
GESTÕES DE LUTA
Nossa gestão apenas dava sequência à herança de luta deixada por lideranças como Josias Moraes, Nice Rejane, Claudio Marconcini, André Santos e outras referências que marcaram a história de nosso Diretório Central.
AUTONOMIA ESTUDANTIL
Em novembro de 2003 nossa gestão participou em São Luís do Conselho dos DCE`s, órgão criado pelo CEUEMA(Congresso dos Estudantes da Uema) realizado em Imperatriz o ano 2000 e que deliberou pela descentralização do movimento estudantil com a autonomia para se criar Diretórios Centrais nos Centros do interior do Estado. Nesse conselho Imperatriz foi vanguarda de uma batalha épica contra os militantes estudantis ligados à reitoria que questionavam a validade do CEUEMA, e propunham o retorno à centralização do DCE de São Luís, mantendo os Centros do restante do Estado apenas como vice coordenadorias e totalmente dependente das decisões da Ilha. A prova de que ganhamos esse debate em articulação com o DCE de Caxias e os CAs progressistas de São Luís, é que a autonomia continua até hoje.
A PERDA DE JOSIAS
Na fatídica noite de 22 de novembro de 2003, em meio aos embates do Conselho, Davison Nascimento, recebe uma ligação trágica, nosso camarada Josias Moraes, ex-coordenador Geral do então DCE Honestino Guimarães, sofre um grave acidente ocorrido na Avenida Pedro Neiva de Santana, em frente à AABB, e perde a vida. Davison além de amigo e companheiro de militância era cunhado de Moraes.
QUEM FOI JOSIAS.
Em rápidas palavras poderia dizer que Josias foi a maior referência do movimento estudantil de luta do Maranhão. Um paraense adotado por Imperatriz Josias que cursou Letras no Cesi-Uema e coordenou o Centro Acadêmico do curso tornando-se uma referência da Executiva Nacional dos Estudantes de Letras a ponto de conseguir trazer para Imperatriz o ENEL – Encontro Nacional dos Estudantes de Letras de 1996. Foi nessa ocasião que Imperatriz recebeu pela última vez o compositor e maranhense do século XX João do Vale para a noite Cultural ocorrida no pátio do Cesi-Uema. Poucos meses depois João do Vale viria a falecer em Pedreiras. Eleito coordenador geral do DCE, Josias liderou delegação de Imperatriz ao Conune de 1997 em Belo Horizonte no auge das lutas nacional contra a privatização do ensino público de Fernando Henrique Cardoso.
Em 1999 tive a honra de participamos com ele em Brasília da “Marcha dos Cem Mil contra FHC e o FMI”, quando mais de cem mil pessoas, mobilizadas pelos movimentos sociais de todo o país, se juntaram aos partidos de esquerda liderados por Luís Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola, para dizer basta ao massacre causado pela política neoliberal do PSDB aos trabalhadores do Brasil.
MUDANÇA DO NOME
Com a perda de Josias Moraes, decidimos homenageá-lo com a mudança do nome do Diretório Central que se chamava Honestino Guimarães. Mesmo sendo Honestino a maior referência nacional do movimento estudantil, achamos por bem valorizar a nossa referência regional. Chamamos então uma assembleia geral dos estudantes que lotou o auditório do Cesi, passamos em telão a história de Josias, ouvimos os estudantes e só então a assembléia deliberou democraticamente pela mudança proposta.
Claro que várias outras lutas poderiam ser historizadas aqui, mas pela exigência da rapidez da produção as lacunas poderão ser supridas em outra oportunidade.

Foto de Carlos Hermes Ferreira.
Com André e Josias Moraes na Marcha dos 100 mil contra FHC e o FMI.

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