A Emenda que daria ao Poder Executivo o direito de indicar o cargo foi rejeitada pelos professores da rede pública
Presidente do Steei na Tribuna. Fonte: Site do Steei |
A Proposta de Emenda à Lei Orgânica que muda
a eleição dos diretores das escolas municipais causou inquietação entre os professores
e estudantes. Durante esta manhã (05) o edil João Silva (PRB) retirou sua
sugestão após ouvir o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino
Público de Imperatriz, Wilas de Moraes, que questionou a constitucionalidade da
matéria, que dava ao prefeito o poder de indicar a gestão das escolas.
Na Tribuna Popular, Wilas reforçou a
importância do artigo 170 da Lei Orgânica do Município, que define que “Os
Diretores das Escolas Municipais serão eleitos por voto direto e secreto da
comunidade escolar (professores, pais ou responsáveis, alunos com mais de 15
anos)”. O Steei se baseou ainda na Lei de Diretrizes e Bases (Art. 14 e 15), na
Constituição Federal e na Conferência Nacional de Educação (2008).
O vereador Carlos Hermes (PCdoB) parabenizou
a remoção do Projeto – “Com essa ação, João Silva reconhece seu próprio erro.
Politicamente, pelo nível de pensamento extremamente atrasado que essa sugestão
traz e juridicamente, pois o seu conhecimento não é absoluto”. Professor,
Hermes salientou as complicações causadas por direções incompetentes, como o
maltrato a funcionários e servidores e o uso do poder para puxar votos durante
o período eleitoral.
O presidente do Sindicato também falou sobre
o despreparo de muitos gestores escolares apontados pelo Executivo - “Não cabe
ocupar a direção como um cargo técnico. Indicação não é democracia!”. O Steei recomendou
que, a exemplo de São Paulo, sejam realizados concursos públicos para os a
nomeação dos diretores. A reivindicação é de que se mantenha o que está
funcionando, com a participação de todos os envolvidos no processo educacional.
João Silva, que atualmente preside a Comissão
de Constituição, Justiça e Redação, afirmou que sua proposta estava de acordo
com o texto constitucional – “Não posso me dar ao luxo de dizer que sou
democrático e deixar de cumprir um item da Constituição Federal”. Para Carlos
Hermes, a decisão é fruto da pressão popular - “Sabemos que a única forma de
enfrentar isso é através da gestão democrática de ensino. Seria uma derrota
feia manter esse Projeto de Emenda”.
Juliana Carvalho
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