Convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em
Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma), para consultar a categoria
sobre a proposta de greve pela aprovação do Estatuto do Educador, a Assembleia Regional de São Luís, realizada na manhã desta terça-feira
(9), foi marcada por tumulto, desrespeito às falas de educadores e
tentativa de desviar o objetivo da reunião, atitudes de um grupo de
trabalhadores, que demonstrou não aceitar o movimento pela aprovação do
Estatuto.
Como forma de dizer não à greve, contrariando uma decisão já tomada
pela grande maioria dos trabalhadores em educação, em 18 assembleias
regionais, o grupo, intitulado MRP, que faz oposição à direção do
sindicato, se manifestou contra a proposta do Estatuto do Educador, com
alegação de que o texto precisa ser novamente discutido.
“Rediscutir a proposta de estatuto, já amplamente debatida, negociada
com o governo e que a categoria espera há muito tempo que seja
aprovada, é voltar ao ponto de partida, um retrocesso. É pactuar com o
governo do Estado e agir contra os trabalhadores”, disse a
secretária-geral do Sinproesemma, Janice Nery, ao defender ,na
assembleia, a greve como alternativa de luta da categoria pela aprovação
do estatuto.
Outro dirigente sindical, Odair José Neves, lamentou que no momento
em que sindicato faz uma consulta para dar encaminhamento à luta pela
aprovação do estatuto, o grupo contrário usa o mesmo discurso do
governo, de rediscussão de proposta, para tentar desconstruir todo o
trabalho desenvolvido pelo sindicato, na negociação do estatuto, e que
durou vários anos. “Notamos uma tentativa clara desse grupo de vir aqui
desqualificar o trabalho do sindicato na construção do Estatuto do
Educador”, ressalta o sindicalista.
A proposta do Estatuto defendida pelo Sinproesemma e negociada com o
governo é a mesma aprovada pela maioria dos trabalhadores, em várias
reuniões realizadas pelo sindicato e que representa avanços na carreira
do educador, assim como a garantia de direitos já conquistados pela
categoria. A negociação com o governo foi esgotada depois de inúmeras
reuniões, no período de quase dois anos, iniciado dois meses após a
última greve dos trabalhadores, em 2011.
Motivo da greve
O sindicato defende a greve para cobrar que o Estado envie essa
proposta negociada para aprovação na Assembleia Legislativa, assim como a
tabela salarial que atualiza os salários, de acordo com o piso nacional
em vigor. O presidente do Sinproesemma, Júlio Pinheiro, ao abrir a
assembleia de São Luís explicou aos educadores que, além de protelar o
envio dessa proposta negociada ao Legislativo, o governo do Estado usa
de artimanhas para aprovar outra proposta de estatuto “mutilada”, nociva
aos trabalhadores, pois acaba com a promoção, com a GAM para os
aposentados, exclui os funcionários de escolas, entre outros danos que
ameaçam a carreira dos educadores.
Silêncio
Finalizando a assembleia, no encerramento dos debates, o presidente
do Sinproesemma fez a consulta aos educadores presentes sobre a
aprovação da greve pelo estatuto e os demais itens da pauta da educação.
Uma parte aprovou a greve e outra não se manifestou, silenciou,
inclusive o grupo que tentou por diversas vezes tumultuar o processo da
assembleia regional.
Balanço
Nesta quinta-feira, o Sinproesemma divulgará o balanço completo do
resultado das assembleias regionais, realizadas em 19 regionais,
envolvendo trabalhadores da rede pública estadual de educação, de todos
os municípios do Maranhão.
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