13/02/2012

Chuvas fortes agravaram os problemas da Vila Cafeteira

A Avenida Liberdade tem parte de sua extensão tomada de buracos e esgotos a céu aberto.
Redação

As constantes chuvas que tem caído sobre Imperatriz e, em especial, o temporal da tarde de quinta-feira (9) revela a fragilidade dos serviços de infraestrutura feitos na região conhecida como Grande Cafeteira, que envolve a Vila Cafeteira, Parque Amazonas e outras localidades. As águas das chuvas danificam a camada asfáltica, entopem a rede de esgoto e submetem a população a grandes transtornos.

O projeto de recuperação e infraestrutura da Grande Cafeteira faz parte das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em 2007, mas que teve suas obras - algumas inacabadas - entregues no último mês de dezembro. Entre as principais benfeitorias que a comunidade destes bairros deveria receber, estavam as ruas asfaltadas e totalmente pavimentadas, além da rede de esgoto completa.

Principal via que atravessa toda a Grande Cafeteira, a Avenida Liberdade tem grande parte de sua extensão tomada de buracos e esgotos a céu aberto. Várias vezes a avenida foi interditada pelos moradores, em forma de protesto. A Avenida Liberdade vai da rodovia BR-010 a Avenida Babaçulândia, estrada que interliga os municípios de Imperatriz e João Lisboa.

No cruzamento das avenidas Liberdade e Mutirão, no Parque Amazonas, os comerciantes reclamam da falta de infraestrutura e do mau cheiro da rede de esgoto estourada em frente aos estabelecimentos. Maria Celeste é dona de um sacolão e afirma que depois que os problemas de esgoto começaram, tem perdido clientes que não suportam a falta de higiene da rua.

Já a vendedora de comida caseira e espetinho, Vanda Alves da Silva, denuncia que após o problema nada foi feito e o que os representantes do poder público não aparecem para dar explicações. “Isso está prejudicando muita gente, ela (Maria Celeste) vende verduras e eu vendo comida, mas os clientes não querem nem encostar. Ninguém do governo vem aqui, apenas as reportagens”. Na proximidade existe também um supermercado, uma padaria e um bar, que funcionam cercados de lama.

Maria celeste relatou que durante o temporal de quinta-feira teve que tirar lama de dentro do seu comércio, fato que, segundo ela, se tornou comum. “Antes desse serviço mal feito aqui já tinha esgoto, mas não entrava dentro de casa, agora a água invade tudo”, disse.

Sem asfalto, mas com um lamaçal de cerca de 300 metros, a Avenida Mutirão não oferece a mínima condição de trafegabilidade para a população. Ao lado da rua foi improvisada uma passarela que obriga pedestres, ciclistas e motoqueiros a fazerem manobras arriscadas para conseguir passar pelo local. Este trecho da avenida foi interditado com pedras e pedaços de madeira, pelos próprios moradores.

O motorista Raimundo Lima Nogueira enfrentou a lama da Avenida Mutirão e se disse indignado. “Eu acho isso uma vergonha para nossa cidade, os governantes não fazem o que deveria ser feito e tá esse caos aqui. Nós somos obrigados a fazer malabarismo para poder passar”. Perguntado se não tinha medo de sofrer algum acidente com a manobra, o motorista foi enfático: “É o jeito. Se não fizer isso, não passa”. Segundo os moradores da Avenida Mutirão, as máquinas da empresa responsável por executar os trabalhos no bairro interromperam os serviços há pouco mais de três meses.

Luis Borges teve problemas para fazer sua motocicleta funcionar. Empurrando o veículo, ele também foi obrigado a usar o caminho improvisado para chegar a uma oficina de motos.

Sob sol forte e ofegante pelo extremo esforço para empurrar a moto e passar por um trecho completamente avariado por problemas de infraestrutura, Luis Borges desabafou: “esses prefeitos que já tiveram mandato e o que está no poder, que pelo menos criassem vergonha e não viessem aqui, porque se nós estamos passando até hoje sem eles, nós podemos continuar daqui para frente”.

Luis continua o protesto. “Se todos os moradores desse bairro concordassem comigo, nós não iríamos jogar pedras nele (prefeito), não. Mas quando ele chegasse aqui pra pedir voto, nós iríamos virar as costas para ele e mostrar para ele que, do jeito que ele vira as costas para nós, nós iríamos virar para ele. Só isso!”.

Uma emblemática briga entre o prefeito Madeira e a empresa Hytec, responsável por executar as obras do PAC no Grande Cafeteira, teria causado a paralisação das obras e a retirada das máquinas do local e da cidade - a Hytec é de São Luis. Enquanto a situação não é solucionada, a população da Cafeteira sofre os problemas e deseja soluções.

Por Ronie Petterson Correio Popular

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