10/12/2011

Boteco do Frei: mistura entre os planos sensoriais


Por Alda Queiroz

Um lugar apropriado para conversas literárias, cinematográficas, futebolísticas, jornalísticas. Um espaço para falar mal, falar bem, desdizer. Dançar samba, dançar soul, dançar reggae, entrar na roda. Clima para badalar, namorar, empolgar e alegrar. O lugar que era para fugir do óbvio, se tornou tão clichê para mim e para tantos amigos queridos. A Mika sempre dizia: Hoje é dia de responder a chamada no Boteco.
A divulgação da proposta de lançamento de um bar e espaço cultural, em Imperatriz, aconteceu com o show do Djalma Lúcio. Foi uma espécie de avant-première. Naquele instante, o seleto público compreendeu o que viria a ser o projeto Boteco do Frei. Ainda antes da inauguração, os jornalindos da primeira turma de Comunicação da UFMA celebraram a conquista do diploma naquele espaço da ladeira da Beira Rio.
Dias depois, as portas se abriram com programações que contemplavam: música boa, cinema, bom papo e amigos reunidos. Foram muitas opções! Feijoada ao sábado (eu fui); A inesquecível concentração do Bloco do Imprensa (que dia!); Pagodinho aos domingos (presença garantida); Set list do dj Fernando Ralfer (sempre supreendente!); Nos Embalos de Sábado à noite; Djalma Lúcio novamente (dessa vez, eu sabia todas as letras); ReggaeTown (sinônimo de noite feliz); Josias Sobrinho (com seu engenho de flores); Lena Garcia (que gentilmente atendia meu pedido e cantava “Há mulheres”, da Rita); Pilantropia; Índio Rock (pra lembrar dos meninos fazendo um som ainda na época de colégio); Projeto B (que tem um coelho na cartola: Jairo); ReggaeTown mais uma vez; Ventura (para cantarolar todas e amanhecer rouca); Xote-Xique (com a sapatilha 37); Nega Glícia (quem disse que mulher não faz reggae?); SoulSamba (com bateria ou sem bateria).
Isso tudo sem falar nas intensas trocas de olhares com o Brad Pitt, na implicância com a Jolie, nas incontáveis fotos, várias comandas, gastos, despesas e contas. Bebendo Cerpa, Devassa ou o melhor Hi-fi da cidade. As exibições de curtas no telão. O dvd da Vanessa da Mata no fim de festa. As gargalhadas. Os telefones trocados. Os beijos observados. Os aniversários. As amizades seladas. O encantamento com possíveis príncipes encantados (tudo sapo). Os reencontros. As dores deixadas naquelas mesas de bar. As promessas não cumpridas… até hoje espero os shows da Rosa Reis e do Carlinhos Veloz.
A decoração é um caso a parte. A criatividade do Alexandre deixou o espaço atraente, agradável, bonito pra caramba. Os cartazes de filmes pendurados nas paredes, que me estimularam para conhecer os enredos, são os mesmos, mas com possibilidade de descobrir um novo elemento que compõe a cena.
O Boteco é lugar para se escutar as cores, o cheiro. Lugar para degustar a alegria. Tocar a energia da galera. Olhar a alegria estampada no rosto de muitos. Por tudo isso, é doloroso saber que essa linda proposta chegou ao fim. Parabenizo os idealizadores, em especial, o querido Marcos Franco. Obrigada por nos proporcionar o cenário ideal para dias inesquecíveis, seja em dia de feira ou final de semana.
Sugiro que façamos uma despedida em alto estilo. Que tal um Cortejo? Não é fúnebre, não é mórbido, nem pálido nem viscoso. O estandarte do Bloco do Boteco anuncia a alegria e celebra a amizade.

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