Por Reinaldo Costa
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A Caravana dos Povos em Maranhão e Pará encerrou, em Açailândia Maranhão, neste sábado, 10, suas atividades com uma grande plenária e vários protestos contra a Vale na região.
Reunidos desde a segunda feira, 05, a Caravana, composta por representantes de seis países, percorreu várias cidades do Pará e Maranhão debatendo os impactos da Mineradora Vale e trocando experiências de lutas dos diversos países contra a Empresa.
O Estado do Maranhão é um dos mais atingidos pelos empreendimentos criminoso cometidos pela Vale, crimes tanto trabalhistas como de responsabilidades de seguranças nos seus trilhos que percorrem cerca de 600 km pelo Estado. Marlúcia de Azevedo do Fórum de Políticas Publicas de Buriticupu relata que por onde os trem da Vale passa fica um rastro de destruição, social, econômico e ambiental. ela relata que a maioria dos funcionários da Vale, no Município se deslocam as 3hs dá madrugada para o trabalho, os mesmo não recebem horas inteires e ainda levam a comida de casa feita na madrugada e muitas vezes no dia anterior, são os chamados bóias-fria da Vale.
A Vale detém quase 200 mil hectarie de terras no Maranhão cerca de 65 mil destes com cultivo de eucalipto e ainda visa expulsar assentados da região oeste onde a empresa pretende explorar bauxita, para isto a mesma já tem licença da Secretaria de Estado de Maio Ambiente.
Os crimes da Vale.
A Vale é a maior mineradora do planeta, e por onde estão seus empreendimentos reside lamentáveis acontecimentos, muitos até de morte. Como é o caso relatado na plenária de sábado, realizada na Câmera Municipal de Vereadores de Açailândia, onde moradores de Alto alegre do Maranhão afirmam o triste numero de que por mês uma vida humana é destroçada pelo trem da Vale ao longo dos cerca de 50 km de ferrovia pelo Município.
Cerca de 10 trem partem todo os dia da Serra dos Carajás em Parauapebas-PA para São Luis -MA, trens que chegam a 400 vagões com um peso médio de 21 tonelada cada um. Os povoados e cidades próximo as ferroviárias tem a estrutura de suas casas danificadas, poços estourados, devido o peso do trem, fazendo com que a população consuma água de péssima qualidade.
No distrito de Piquiá, em Açailândia, uma comunidade de quase 15 mil habitantes vive sob uma imensa poluição tóxica e rodeada de dejetos resultados das atividades de 5 siderúrgicas subsidiária da Vale. Alguns dos auto-fornos destas estão a apenas 80 metros das casas da comunidade, muitas morte por problemas de saúde acontecem freqüentemente no local, além de inúmeros acidentes com crianças nos lixões de dejetos das já onde varias destas morreram queimadas devido o contado com o lixo.
São tantos crimes que é difícil se dizer qual é o mais grave. O presidente do conselho tutelar de Açailândia relatou um fato chamado de “os Meninos do Trem”. São crianças que pegam o trem cargueiro para se deslocar de um Município a outro, muitas destas crianças sofrem maus tratos por seguranças da Vale. Há relatos em que empresa chega a entrega os meninos para a policia que acabam por ficar preso nos municípios até serem deportado par seus locais de origens.
A Vale pelo mundo
A Caravana foi uma preparação para o I Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale que ocorrerá durante os dias 13 a 15 no Rio de Janeiro. O Encontro reunirá representantes de diversos países onde a Vale esta instalada. Um destes é Moçambique onde a empresa está desde 2004 e se preparando para explorar carvão mineral. Mesmo ainda em faze de implementação das fabricas já são mais de 1200 famílias já foram diretamente atingidas. “São famílias camponesas tradicionais seculares que estão sendo remanejadas para reeassentamentos sem estrutura alguma e sem nenhuma perspectiva de trabalho”, nos contou Rui de Vasconcelos da Assessoria Jurídica dos Atingidos pela Vale em Moçambique membro da Caravana. A tendência é de que nos próximos anos ao menos 7 mil famílias sejam diretamente atingidas pela ação danosa da Vale. Para o moçambicano o que mais lhe chama atenção é a postura da empresa em não reconhecer os direitos e a soberania dos povos que por lá vivem, “para Vale é como se nosso povo não existisse” reflete Rui Vasconcelos.
Protestos
Na passagem por Açailândia dois atos públicos foram realizado. O primeiro, no distrito de Piquiá, a população atingida se somou a manifestação contra as siderúrgicas. No segundo ato na entrada da Fazenda Monte Líbano, onde a empresa cultiva eucalipto e tem uma grande carvoaria industrial que vem sufocando com a expedição de fumaça cerca de 1800 pessoas do Assentamento Califórnia, próximas a 800 metros. O ato pediu o fechamento daquelas instalações. A Manifestação também marcou o inicio de uma luta conjunta contra a empresa, e como símbolo desta unidade os manifestantes penduraram mascaras simbolizando a resistência a poluição ao mesmo tempo que gritavam o nome de cada País e organização presente na na luta contra a Mineradora.
A noite no Assentamento Califórnia peças teatrais e um grande jantar encerrou a passagem da caravana pela Amazônia brasileira.
O resumo final da Caravana é de que a meta foi atingida, onde se conseguiu trocar ideias sobre o inimigo comum aos povos representados pelo movimento, se conseguiu trocar experiências de resistência. Outro ponto alcançado é a articulação internacional que terminará com as lutas isoladas contra a empresa, pois o objetivo maior é voz de cada atingido seja uma voz ouvida em qualquer parte do mundo.
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