Quando a Marina Silva saiu do PT para integrar o Partido Verde, muitos foram os que colocaram a culpa de tal fato no PT e em seus novos paradigmas e aliados. Marina Silva foi colocada como uma mártir, que, sufocada pelo peleguismo petista, voou para não se deixar corromper como acontecera a seus outrora companheiros.
Muitos foram os que, diante de tal atitude, declararam-se decepcionados com o PT e colocaram no partido e no presidente Lula a culpa pela partida de tão valorosa companheira.
Pois bem. Acentada a poeira, coisas estranhas começaram a acontecer e a denunciar os reais motivos da saída da senhora Marina Silva do partido da qual foi fundadora e ícone. O primeiro xis da questão foi a ida de Marina para o PV, um partido pelego que, no Brasil, de verde só tem o nome. Até aí tudo bem, já que ao menos o nome do partido é verde. Depois ela inicia um processo de conversação para a formação de chapa com o partido de "extrema esquerda" Psol. Aí a coisa começou a ficar estranha. O PV que faz e fez parte dos governos Lula, Serra, César Maia, etc., negociando com o Psol (eu sempre soube que o Psol bebe na mesma tijela que Tucanos e Demos).
Para a coisa ficar mais incompreensível, o articulista da revista Veja, a maior publicação de direita do Brasil, Diogo Mainardi (o mesmo que disse que o aquecimento global não existe), publicou um texto chamando Marina Silva de Santa. Por fim, leio hoje no site da Folha de São Paulo que Marina Silva permitirá que seu candidato ao governo do Rio de Janeiro, o senhor Fernando Gabeira (aquele que fez do verde muita fumaça) faça palanque para o candidato tucano à presidência da república, o governador de São Paulo José Serra. Este dispensa apresentações.
Diante de um emaranhado de fatos escabroso como esse, percebe-se que Marina caminha para enlamear sua biografia, e que a estátua que atestava a sua santidade era oca, para esconder tantas articulações espúrias.
Wsclay Oliveira
WO Lima Representações
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Pelo visto o autor tece alguns comentarios sem o conhecimento de causa, ou o faz de má fé:
ResponderExcluirSegue abaixo texto da parte (minoria) dos dirigentes do PSOL que cogitava um "dialogo" com Marina:
São remotas as possibilidades do PSOL apoiar a candidatura de Marina Silva
Desde quando o PSOL votou realizar negociações com o PV explorando as possibilidades de apoio à candidatura de Marina Silva, temos trabalhado seriamente para que as divergências e convergências entre os dois partidos sejam bem identificadas e permitam uma definição clara e correta acerca da necessidade ou não, da justiça ou não, de tal aliança para o país e para os trabalhadores. Partimos nesta busca de uma premissa que reivindicamos totalmente e não abandonamos jamais: no pleito de 2010 o Brasil necessita de uma candidatura independente que seja um contraponto à polarização conservadora do PSDB e do PT. E até aqui insistimos para que Marina Silva assuma este papel. Em parte isso é definido pelo programa, pelo perfil político e pelo conjunto dos aliados que sua candidatura envolve.
Infelizmente, apesar de nossos reais e sinceros esforços, está ficando claro que não teremos uma base programática capaz de unir nossas forças nestas eleições. Na carta que dirigimos ao PV, o PSOL colocou como seu principal ponto de negociação a necessidade de que a candidatura Marina fosse expressão justamente de uma política independente, capaz de enfrentar a polarização conservadora entre PSDB e PT. Uma forma objetiva básica com o qual buscamos materializar a candidatura independente foi com a defesa de que os candidatos ao governo nos estados não estivessem aliados nem com o PT/PMDB nem com o PSDB/DEM. Ou seja, os candidatos aos governos tinham que expressar a independência em relação às forças de dominação do grande capital. As negociações estavam em curso. A direção do PV respondeu à carta da Executiva Nacional do PSOL declarando-se de acordo com este critério, que foi o primeiro item do PSOL. Na carta do PV, uma carta muito educada e mostrando disposição de negociação, tinha vários pontos com o qual não concordávamos, mas este ponto era claro e positivo. Dizia claramente estar a favor de candidaturas independentes em todos os estados.
Pois no dia de ontem a notícia da Folha de SP é que Gabeira será candidato ao governo pelo PV em aliança com o PSDB e com DEM. Para ser fiel ao texto, citamos: "Apontado como o candidato ideal do governador José Serra (PSDB) ao governo do Rio de Janeiro, o deputado federal Fernando Gabeira (PV) admitiu ontem a possibilidade de entrar na disputa estadual. Em reunião com tucanos do Estado, Gabeira condicionou sua candidatura à consolidação de uma aliança entre PSDB e PV do Rio. "Se todos se sentirem confortáveis, eu topo", disse o deputado à Folha. A operação conta com o aval da pré-candidata do PV, Marina Silva (AC). Grife da sigla, Gabeira ameaçava desistir até do Senado se o partido insistisse no lançamento de uma chapa "puro-sangue" no Estado.
continuação do post anterior:
ResponderExcluirA candidatura de Gabeira é crucial para Serra por oferecer um palanque forte ao PSDB no Rio de Janeiro, terceiro maior colégio eleitoral do país.”.
Bem, mais claro impossível. No dia de hoje novamente a notícia foi dada, sem desmentido algum. Assim, caso esta posição se mantenha, estaremos de fato caminhando para o encerramento das negociações entre o PSOL e o PV. Como já dissemos em outras oportunidades, a independência em relação aos projetos capitalistas representados pelo PSDB e pelo PT é uma condição da qual não abrimos mão. Não vamos, portanto, abrir mão do primeiro ponto que apresentamos nas negociações, ponto, aliás, com o qual o PV declarou estar de acordo. Este acordo declarado do PV possibilitou que as negociações entre PV e PSOL continuassem. Por sua vez, a confirmação da aliança de Gabeira no Rio de Janeiro, certamente, as encerraria na prática. Não contestamos que tal aliança torna a candidatura de Gabeira forte no Rio de Janeiro. Mas uma força a serviço do capital e dos tucanos.
O principio fundamental para que a aliança ao redor do nome de Marina fosse concretizada é a viabilização mínima de uma política independente dos dois blocos de poder do capital, um contraponto à polarização conservadora. Mas se no terceiro colégio eleitoral do país o PV é abertamente instrumentalizado pelos tucanos na disputa, então a independência está sepultada. Tal aliança no RJ é o símbolo deste sepultamento. Consideramos uma clara derrota que Marina não se converta em candidata independente, mas a realidade está caminhando claramente para confirmar esta derrota. Perdem os que querem uma nova política. Perde o país.
Informamos, é claro, a nossa presidente, a camarada Heloísa Helena, nossa preocupação e reflexão, que refletem a elaboração coletiva de nossas correntes. Heloísa Helena sabe muito bem conduzir este momento e temos total confiança em sua condução partidária. A reunião da Executiva Nacional do PSOL será realizada no próximo dia 21 e presidida por ela. Teremos aí a oportunidade para conversar e definir nossos rumos com toda a direção partidária. Em particular, estaremos com nossos camaradas da APS com o qual temos trabalhado juntos até aqui e com certeza seguiremos trabalhando.
Luciana Genro, Martiniano Cavalcanti e Roberto Robaina.
Enviado por: Carlos leen
Tenho valorosos companheiros no Psol. O maior deles é o amigo Cleumir.
ResponderExcluirMas depois do discurso feito pelo Psol durante todos esses anos, apenas cogitar uma aliança com uma sigla de aluguel como o PV foi realmente uma prova muito grande de que o Psol, em menos de 8 anos e sem chegar ao poder, já omeçou a abrir as pernas.
Cristal quebrado não cola. O Psol pode anunciar amanhã que não vai fechar com o PV, mas já ficou manchado.
Agora, que seria interessante ver o bigodon filho de mãos dadas com a Heloísa Helena lutando por um undo melhor. Ah! seria.
Pelo visto meu caro amigo desconhecido vê a politica de forma um tanto quanto maniqueista e desinformada. Senão vejamos:
ResponderExcluir"apenas cogitar uma aliança com uma sigla de aluguel como o PV foi realmente uma prova muito grande de que o Psol.."
O dialogo era com Marina, feito por setores minoritários e se fazia bem antes, ainda com ela no PT. Por várias razões ela fez a escolha de estar onde está, equivocada, diga-se.
Caro, sua visão de pureza ideologica é feita de onde?
O Psol possui um debate que engloba muitos pontos de vista do que seja socialismo e revolução. Sempre linkando com desafio e o fardo desse nosso tempo historico.
Seu discurso me parece um tanto quanto anarquico, no sentido pejorativo do termo. De alguem que perdeu a esperança...
Convido-lhe a conhecer nosso conteudo programático.
Wsclay,
ResponderExcluirSeu texta faz uma análise real do que é Marina, Pv e até o tal "peleguismo petista" só se equivoda ao definir o PSOL de "estrema esquerda" mas reconhecemos que esse foi um erro dos dirigentes que deixou toda a base de alerta. Para lhe informar os mesmos que defendiam a tal aliança já começam a emitir textos indicando o fim desse processo de conversações - antes tarde do que nunca - que deve ser confirmado em reunião a ser realizada no dia 21/01.
Todos as correntes que formam o PSOL do maranhão emitiram sua postura contrária sobre a dita aliança com Marina e PV por identificar da mesma forma na qual você o fez no texto.
Mas por que ela não faria o que está fazendo, já que o PT para se manter no poder se aliaria até com Judas e já anda de braços dados com os Sarneys desde o primeiro ano de mantato, sendo assim, ela também tem o direito de pelegar nós do PSOL não!
Não se preocupe Wsclay, o bigodon filha já está de braços dados com o barbon filho, já não tem nem interesse de remendar o cristal PT.
Wsclay, você mexeu com os camaradas..rs
ResponderExcluiro debate ta bom...tua vez de responder, meu caro desconhecido anarquista...kkkk
Meu discurso não é anarquista nem desesperançoso. Me limitei a analizar a contradição entre discurso e prática do Psol.
ResponderExcluirSerá que alguém foi inocente o suficiente para não saber que negociar com a Marina não seria negociar com o PV, com Sarney Filho, Fernando Gabeira e junto com estes, PPS, PSDB e Demos?
A Marina não estava sem partido. Ela estava numa sigla de aluguel. Na verdade essa negociação aconteceu para dar um mandato de senadora para a Heloísa Helena, que cansou de fazer número em eleições presidenciais. Só que percebendo que uma parte da base chiou com a cagada que fizeram, eles voltaram atrás. Mas onde há fumaça há fogo. Podem se preparar para migrar para um partido mais à esquerda, por que o Psol já tá dominado.