Ousadia, angústia, resistência, apreensão e persistência são sentimentos e momentos que marcaram os dias de greve dos trabalhadores em educação do estado do Maranhão. Foi, sem dúvida, um grande aprendizado, por que foi uma grande luta. Aprendemos nesse movimento quem são os verdadeiros aliados da classe trabalhadora, aprendemos também que são os seus grandes inimigos. Fomos atacados por todos os lados no front dessa batalha em defesa de nossos direitos e de uma educação pública e de qualidade. Tal como o príncipe de Maquiavel a governadora Roseana Sarney tentava mostrar que “os fins justificam os meios”, para isso impunha o terror nas escolas, ameaçava cortar o ponto dos grevistas, até de exoneração fomos ameaçados. É verdade que em alguns momentos sentimo-nos pequenos ao ver um governo oligarca e sedento de poder abocanhando a direção do nosso sindicato, que nada faz pela sua categoria, e de entidades estudantis, que nada fazem pelos nossos alunos. Seus jornais chamavam-nos de “pseudos-educadores”, de irresponsáveis, os locutores de seus programas midiáticos esbravejavam que a “dama de ferro” deveria agir com “mão de ferro” contra o movimento, e ela agiu. A cada passeata lá estava o “braço de ferro” do Estado com pistolas, metralhadoras, bombas, helicópteros e viaturas para recepcionar centenas de trabalhadores “armados” com cartazes, bandeiras, faixas, panfletos e microfones. Estávamos destemidamente na arena, pois os que temiam lutar preferiram ficar nas salas esvaziadas das escolas. Enquanto isso as aulas de verdade estavam sendo ministradas nas ruas por milhares de docentes e discentes. Nessa arena, nem ela, nem seu secretário de educação, nem a direção do SIMPROESEMMA ousavam entrar. Saímos da greve por que também estávamos preocupados com nossos alunos, pois estes apoiaram a greve pensando nos educadores, e essa cumplicidade foi uma grande lição que jamais esqueceremos. Se Roseana Sarney e a direção do SIMPROESEMMA, ambos biônicos, estão comemorando a derrota do movimento grevista, enganam-se redondamente, os maiores vitoriosos nessa grande batalha fomos nós classe trabalhadora. Mesmo com todo o processo de criminalização a qual fomos submetidos, a simpatia da população oxigenava nossas forças a cada passeata. Nós podíamos caminhar pelas ruas e dialogar com os populares, Roseana Sarney NÃO! Nós podíamos visitar as escolas e dialogar com os demais companheiros (as), a direção do SIMPROESEMMA NÃO! Nós fomos abraçados e apoiados pelos nossos alunos, as entidades estudantis pelegas NÃO! Do ponto de vista material a educação pública perdeu, é verdade, pois a verba não repassada será transformada em caixa 2 para campanha eleitoral de 2010.
“Ninguém se banha duas vezes no mesmo Rio”, pois “a única constante é a mudança”, dizia o filosofo Heráclito, e é desta forma que nos sentimos após ter banhado no rio da sapiência, ousadia e coragem deste grande movimento. Nós, homens e mulheres da base do SIMPROESEMMA, não somos mais os mesmos. Hoje, nos sentimos mais fortalecidos, mais conscientes e mais solidários com nossa classe. Somos sujeitos coletivos. Neste Sentido, é de cabeça erguida que voltaremos às aulas, orgulhosos por ter cumprido corajosamente uma pequena etapa de luta pela melhoria da educação pública do estado do Maranhão, e essa conquista ninguém nos tira.
BASE DO SIMPROESEMMA
parabéns pela coragem caros companheiros, há muito sou crítico da direção estadual do SINPROESEMA porque sempre se vê uma passividade quando se deve ser contundente.
ResponderExcluirPoderiamos ter ganho muito mais se tivéssemos continuado pressioando. Parabéns "quem sabe faz a hora não espera acontecer"
Poderiamos ter ganho 19,28 previsto por lei.
ResponderExcluirSão Luis ficou resistindo 2 semanas aguardando "munição" do interior.
Imperatriz e o restante do estado, lamentávelmente aceitou os 0,70 centavos por aula dada...
prof.Magno Urbano