Quando se fala em jornalismo em Imperatriz, é natural que o seu imaginário o leve, numa relação análoga ao silogismo aristotélico, direto ao cenário da política local. Na segunda maior cidade do Estado, os interesses econômicos e políticos se sobrepõem às leis que regem a comunicação social, o que reduz parte predominante de nosso jornalismo a um mero instrumento a serviço dos interesses individuais e econômicos daqueles que vêm na política uma forma de locupletação financeira.
A Lei de imprensa do Brasil, outorgada ainda em 1967 e atualizada pela Câmara dos Deputados no ano 2000 é muito clara quando diz no seu Artigo 2º, inciso 1º “A exploração de serviços de radiodifusão depende da permissão ou concessão federal, na forma da lei”. A Constituição Federal é mais clara e específica ainda, quando diz no Artigo 223 ”Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens...”. Portanto, mesmo que os meios de comunicação sejam propriedades privadas, o seu funcionamento é uma concessão pública e sua grade de programação e conteúdo deve primar pela formação e informação da população com total imparcialidade como exige a legislação pública. Não obstante, o que se observa é que grande parte dos programas de TVs de Imperatriz se constituem palanques eleitorais diários, onde seus apresentadores se mostram como pais dos pobres e oprimidos, “homens bons” que como ótimos atores, chegam a chorar ao entregar uma cesta básica a uma pessoa em situação de miséria, ou uma cadeira de rodas a um desvalido, reproduzindo assim, a face mais retrógrada da política e estabelecendo uma relação promíscua entre esta e o jornalismo.
A indústria do jornalismo político em nossa cidade é produtiva, todo mundo lucra. Lucra o empresário que doa algo no afã de divulgou sua marca solidariamente, lucra o jornalista que vira herói, fazendo caridade com dinheiro dos outros e conquistando milhares corações pobres para as próximas eleições, usando para isso, criminosamente, a concessão pública da TV. Ganha o dono da emissora, quase sempre um político de bastidores, que além do lucro imediato do merchandising, garante uma voz defensora de seus interesses da Câmara Municipal ou no parlamento estadual.
Como resultado prático disso, temos a contínua miséria cultural e material de nosso povo massa, e uma gama de parlamentares jornalistas, que já passaram pelo parlamento e como diz o ditado popular, se ajeitaram na vida, mas nada contribuíram para melhorar a vida dos desajeitados e abandonados pela esfera pública. Hoje, essa realidade continua e de maneira aprofundada, apesar de reconhecer que toda regra tem suas exceções.
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