30/10/2015

Incêndio na terra indígena Arariboia é controlado, anuncia Ibama

Os incêndios na Terra Indígena (TI) Arariboia, na região central do Maranhão, foi controlado nesta semana por brigadistas, de acordo com o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Reserva Arariboia (Foto: Reprodução G1/MA)


Dos 413 mil hectares de Floresta Amazônica, 220 mil hectares foram consumidos pelo fogo, um total de 53,2% da reserva, segundo o Ibama. No entanto, garante o órgão, a parte mais preservada da TI Arariboia não foi atingida.

De acordo com o chefe do Prevfogo, Gabriel Zacharias, 90% dos focos foram extintos na reserva e 10% estão cercados. “Vamos permanecer na região para monitorar a situação e ajudar na construção de casas que foram destruídas”, diz.

Nesta sexta-feira (30), equipes novamente sobrevoam a região para fazer um levantamento mais preciso dos focos de queimadas. Um dos coordenadores da Operação Awá, José Carlos Morais, explica que mesmo com a linha de controle considerada pelo Ibama, as chamas só serão totalmente controladas com a chegada do período chuvoso.

“Como a área afetada foi muito grande, só vai ser possível a extinção total com a chegada das chuvas”, esclarece. A garantia do Ibama é que os focos já controlados não irão avançar em direção à reserva.


Fiscalização
A nova fase da operação é a identificação dos suspeitos pelos incêndios. “Eu entendo que o mais difícil foi justamente não saber as consequências e as causas desses incêndios. Tem que ser feito um levantamento próprio, uma investigação para identificar causas e origens e trabalhar para futuros anos. A gente não pode ficar trabalhando só no incêndio, e sim nas consequências deles e evitar que isso aconteça novamente. O Ibama deve promover essa perícia para que se descubra e se penalize quem fez isso”, afirma o coordenador da Operação Awá, José Carlos Morais.

Os madeireiros são apontados como os principais responsáveis pelo início das queimadas na região.

Operação Awá

Mais de 300 brigadistas do Prevfogo/Ibama, Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBM-MA) e Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Exército Brasileiro trabalham na Operação Awá, iniciada em 24 de setembro.

A operação mobilizou seis helicópteros – sendo três do Ibama, um do Estado do Pará, outro do Maranhão, além de um da mineradora Vale –; de dois aviões do ICMBio; e 20 mil litros de um produto retardante – que atrasa a evaporação da água – enviados pelo governo do Chile.

Cerca de 12 mil índios da etnia Guajajara e 80 da Awá-Guajá estiveram ameaçados. Um dos objetivos foi proteger a aldeia Awá-Guajá, de índios nômades e uma das últimas do planeta sem contato com a civilização. “Com certeza houve um trauma em função de toda uma agitação, movimentação de aeronaves, aviões, helicópteros, gente. Isso a gente sabe que vai causar algum trauma e a Funai deve trabalhar essa questão junto aos índios”, explica José Morais.


Essa foi uma das maiores operações do Ibama contra focos de incêndio em território nacional. “A gente já participou de operações muito maiores, como as de Roraima, onde a área queimada é quase oito vezes maior do que essa, mas é mais preocupante em função dos indígenas”, finaliza o coordenador.

Fonte: G1-MA

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