Em nota, o senador do Amapá José Sarney anunciou nesta segunda-feira que não será candidato este ano: “é chegada a hora de parar um pouco com esse ritmo de vida pública que consumiu quase 60 anos de minha vida”, diz texto - Ailton de Freitas/22-11-2013 / Agência O Globo
Em nota, o senador do Amapá José Sarney anunciou nesta segunda-feira que não será candidato este ano: “é chegada a hora de parar um pouco com esse ritmo de vida pública que consumiu quase 60 anos de minha vida”, diz texto – Ailton de Freitas/22-11-2013 / Agência O Globo
Após ser vaiado cinco vezes em evento realizado nesta segunda-feira (23) no Amapá, ao lado da presidente Dilma Rousseff, o senador José Sarney (PMDB-AP) anunciou sua aposentadoria. Por meio de sua assessoria de imprensa, o oligarca maranhense distribuiu nota a imprensa comunicando que não será mais candidato a reeleição em 2014.
A presidenta Dilma chegou no evento sob o coro de “olê, olê, olá, Dilma, Dilma”. Já o senador José Sarney, (PMDB-AP), que tem base eleitoral no estado, foi hostilizado pela plateia com os gritos de “fora Sarney, fora Sarney”. Político mais desgastado e odiado no país, Sarney está há 50 anos no poder no Maranhão, sendo o principal responsável pela miséria e por fazer o estado o mais atrasado da federação, ocupando os últimos lugares nos indicadores sociais.
Pivô de uma crise entre o diretório estadual do PT no Amapá e a direção nacional do partido, o senador José Sarney (PMDB-AP) foi vaiado cinco vezes na manhã desta segunda-feira, ao participar de evento em Macapá ao lado da presidente Dilma Rousseff para a entrega de 2.148 unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida. Sarney também recebeu críticas indiretas do governador do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB), que tenta garantir o apoio do Partido dos Trabalhadores à sua reeleição.
Ao final do discurso, Capiberibe destacou que as ruas do conjunto habitacional entregue nesta segunda “homenageiam bravos brasileiros” que lutaram contra a ditadura militar, como Miguel Arraes (1916-2005), avô do pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, Vladimir Herzog (1937-1975), Leonel Brizola (1922-2004) e Rubens Paiva (1929-1971).
“É preciso lembrar e reverenciar os que ousaram lutar. A senhora (dirigindo-se à presidente Dilma Rousseff) é um exemplo, lutou, e pagou um preço alto. Existem aqueles que se aliaram aos ditadores, não podemos esquecer, o Brasil não pode esquecer, pois senão poderemos voltar a viver aqueles anos tristes”, disparou o governador. Sarney apoiou o regime militar na época.
Em nota distribuída à imprensa, o senador José Sarney – através de sua assessoria – confirma que não vai disputar a reeleição para o Senado.
“O senador, de 84 anos, confirmou aquilo que seus amigos mais próximos e os aliados em Macapá foram comunicados na semana passada, de que não vai disputar a reeleição para o Senado em outubro próximo. “Essa decisão já estava tomada, comuniquei isso ao meu partido na semana passada. Entendo que é chegada a hora de parar um pouco com esse ritmo de vida pública que consumiu quase 60 anos de minha vida e afastou-me muito do convívio familiar, declarou Sarney”, segundo a nota.
O comunicado informa ainda que José Sarney confirma presença na Convenção do PMDB na próxima sexta-feira, dia 27. E diz também que irá participar das eleições deste ano, não como candidato, mas ajudando de todas as formas, ao inúmeros amigos e aliados que estarão na disputa. Também será a ocasião para se dirigir aos correligionários e simpatizantes, bem como aos cidadãos e cidadãs de bem do Amapá, a quem nutre “profunda gratidão”.
A nota finaliza dizendo que Sarney tem acompanhado sua mulher que faz tratamento de saúde e afirma que o senador vai participar da eleição este ano, dando apoio a correligionários