16/03/2013

Conversa Afinada: Jr Schubert avalia o cenário musical de Imperatriz


Parabéns ao jornalista Marcos Franco que estreia a Revista Cultural Transgressão.

schubert

A Transgressão inicia aqui uma nova seção intitulada Conversa Afinada. São entrevistas curtas, virtuais ou presenciais, que fazemos com quem tem o que dizer sobre a cultura em Imperatriz. Pra começar, convidamos o músico Jr Schubert, um dos grandes talentos de nossa música.  Nascido em Grajaú (MA) em 1979, Jr Schubert estudou teoria musical e piano clássico por sete anos, mas decidiu “enveredar-se” (como ele mesmo diz) para o violino, seu atual instrumento de trabalho. Toca profissionalmente desde os 19 anos e há três anos se apresenta às sextas e sábados num duo de jazz no restaurante Cabana do Sol, em Imperatriz.
Transgressão – Você toca um instrumento considerado erudito, mas também se apresenta com artistas populares em Imperatriz. Como se dá essa relação?
Junior Schubert – Apesar de muito antigo e de ser considerado a espinha dorsal da orquestra moderna, o violino é um instrumento bastante versátil e sua aplicação acompanha a criatividade, técnica e embasamento musical do artista. Gosto dessa experiência, compor e improvisar arranjos para músicas mais recentes e pouco previsíveis que, claro, caibam esse tipo de timbre. Se bem explorado, esse instrumento apresenta uma sonoridade sutil que complementa bem a poesia musicada. Com os artistas locais costumo explorar as possibilidades sonoras do violino em sua forma elétrica, associado à pedaleiras de efeitos, alcançando outros timbres e ampliando seu uso de forma descontraída e despretensiosa.
T – Em Imperatriz não temos escolas de música, conservatórios, orquestras… como você avalia a formação de novos músicos na cidade?
JS – Lamento muito esse fato. A ausência de investimentos nessa área em nossa cidade tem gerado músicos com raízes rasas em seus diversos estilos. Nota-se a clara falta de conhecimento técnico no campo musical, necessário para uma melhor experiência e conseqüente projeção na música profissional.
T – Como você vê o cenário cultural em Imperatriz atualmente e qual sua projeção para o futuro da música na cidade?
JC – Do tempo em que moro nesta cidade, tenho material suficiente para não mais fomentar expectativas no apoio cultural efetivo por parte do governo local, pelo menos não no meu campo. Me chamem de pessimista, claro! Minha atual contribuição musical por aqui tem-se dado através de poucos e privilegiados que podem pagar pela alfabetização musical oferecida por algumas escolas particulares das quais sou professor e ‘uma dúzia’ de alunos maravilhosos, aplicados e persistentes que vêm até mim a custo para estudar o violino. Sobre como eu vejo o cenário cultural em Imperatriz atualmente, peço desculpas, mas prefiro não comentar.

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