07/05/2012

França: a esquerda volta ao poder.

Hollande derrota Sarkozy. E agora?

Por Flavio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

François Hollande tornou-se o segundo presidente de esquerda eleito na França depois da Segunda Guerra, sucedendo Nicolas Sarkozy. O último presidente de esquerda eleito fora François Mitterand, eleito em 1981 e depois em 1988. Ainda houve, antes da Segunda Guerra, Leon Blum.


Nos últimos dias a expectativa de voto em Nicolas Sarkozy cresceu, sobretudo devido ao alinhamento de um voto de direita, diante da ameaça mais concreta do candidato de esquerda ganhar.

Mas isso não foi suficiente para reverter o favoritismo de Hollande, que se manteve firme na posição de que "nada está decidido", conclamando os militantes de esquerda a manter a mobilização para levar eleitores às urnas, já que o voto é facultativo na França.

A eleição de Hollande cria uma nova situação política na Europa, que pode ser medida pelas reações conservadoras. Na França, muitos eleitores de Sarkozy lamentavam "o retorno da CGT ao poder". David Cameron e Angela Merkel, que antes tinham se recusado a receber o candidato socialista, telefonaram para cumprimenta-lo. Merkel convidou-o para vir a Berlim, a fim de conversar sobre a situação do euro e do continente.

Conseguirá Hollande estar à altura do desafio? Ele promete um "novo começo" para a Europa, renegociando os termos do pacto fiscal conservador que atualmente mergulha o continente numa política recessiva. Tem também de combater a xenofobia que se espraiou pela França, além de outros países europeus. Promete, nas suas palavras, um mundo de "crescimento, empregos, prosperidade".

A ver.

A expectativa é muito grande, também devido às eleições na Grécia e na Itália (municipais), além de uma eleição estadual no norte da Alemanha, onde, parece, a coligação da Uniào Democrata Cristã de Angela Merkel e seu parceiro FDP no governo nacional, saiu-se bem.

As bolsas européias devem entrar em queda amanhã (segunda), a adrenalina deve subir, por outro lado, espera-se que haja algum entendimento rápido, uma vez que Merkel é conhecida por seu modo de negociar até o último suspiro, embora tenha uma retórica dura, e Hollande, que se mostrou mais firme na campanha do que se esperava, é conhecido por sua capacidade de negociar.

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