01/03/2012

Coletiva: pré-candidato do maior partido do País classifica gestão tucana de "ineficiente"

Numa iniciativa inédita, os blogs do Frederico Luiz (Imperatriz/Independente), Robert Lobato (São Luis/Jornal Pequeno), Gilberto Léda (São Luis/O Estado do Maranhão) e César Soares (São Luis/Independente), entrevistaram o pré-candidato a prefeito de Imperatriz pelo PT, Adalberto Franklin, no que pode ser considerada a primeira “coletiva”, via e-mail, da blogosfera maranhense, quiçá do Brasil.

O jornalista, historiador, militante político e social, Adalberto Franklin Pereira de Castro é um dos nomes da nova geração de políticos de Imperatriz.

Adalberto Franklin, pré-candidato do PT
Na entrevista, o pré-candidato do PT á prefeitura da segunda maior cidade do Maranhão, afirma que acredita na vitória eleitoral de outubro, não poupa a gestão Madeira e afirma não acreditar que o ex-prefeito Ildo Marques (PMDB) seja candidato por razões legais, já que o Marques tem “condenações em tribunais de instâncias superiores”.

Nascido em Uruçuí (PI), o petista reside em Imperatriz há 38 anos e tem dois livros que falam da cidade, “Apontamentos e fontes para a história econômica de Imperatriz” e ”Breve história de Imperatriz”.

A seguir, íntegra da “coletiva” com Adalberto Franklin:

“A marca do governo Madeira é a ineficiência”

Robert Lobato – Por que você ser deseja ser prefeito de Imperatriz?
Adalberto Franklim – Ser candidato a prefeito é consequência de minha militância social, cultural e política em Imperatriz há três décadas. Não se trata de um projeto pessoal, mas da indicação e escolha de meu nome pelo próprio Diretório do Partido dos Trabalhadores, de forma consensual e unânime, neste momento em que aqui ocorre uma renovação dos quadros partidários no processo eleitoral.

César Soares – Você conta com o apoio do vice-governador do Maranhão, Washington Luiz, do seu partido?
Minha pré-candidatura foi até o momento discutida e definida apenas em âmbito municipal. Mas espero que ela receba a importância e o apoio de todos os filiados do partido no Maranhão e no Brasil, diante da importância do município de Imperatriz no cenário nacional e estadual. Minha candidatura está condicionada, porém, à não coligação com qualquer partido que dê sustentação à oligarquia que comanda a política maranhense.

César Soares – Caso o ex-prefeito Ildo Marques não seja candidato, você o procuraria para ter o apoio dele?
Não creio que ele possa ser candidato, diante das diversas condenaçõs que tem ele em tribunais de instâncias superiores. Mesmo assim, não tenho qualquer motivação ou interesse em procurá-lo em busca de apoio político. Entretanto, estou sendo procurado por diversos reconhecidos aliados dele, que, cientes de que ele não será candidato, demonstram simpatia por minha candidatura e afirmam não pretender apoiar o prefeito Madeira. São cidadãos imperatrizenses que desejam o bem da cidade e contra os quais não tenho qualquer problema em recebê-los, desde que abracem nossas propostas de governo.

Gilberto Leda - Existe a possibilidade de uma coligação PT/PMDB em ITZ? Em que pé estão as conversas neste sentido?
Nem o Diretório, nem a Executiva do PT de Imperatriz, da qual faço parte, em nenhum momento discutiu a possibilidade de coligação local com o PMDB. Aqui, o PMDB sempre foi visto e tratado como adversário do PT, apesar da aliança com o Governo Federal. Em Imperatriz, o DM do PT nunca deu sequer espaço para essa possibilidade, apesar de termos conhecimento de que algumas lideranças do PT foram sondados nesse sentido, inutilmente. Entre nós, aqui, há um histórico que torna inconciliável essa proposição.

Robert Lobato – Quais os pontos mais críticos da gestão Madeira?
A marca do governo Madeira é a ineficiência. Ele não se preparou para governar Imperatriz. Apostou totalmente na parceria e altos investimentos do do governo de Jackson Lago, a quem deve sua eleição, e esqueceu-se de planejar um governo próprio. O resultado disso é que em Imperatriz a iniciativa privada anda no ritmo do Brasil de Lula e Dilma, enquanto o governo municipal não consegue sequer concluir obras iniciadas ainda na gestão anterior, e os serviços públicos são diariamente criticados pela população pela precariedade com que são executados. O sistema de saúde, ironicamente o que a população mais esperava melhorias, por ser médico o prefeito, é o setor mais criticado da gestão Madeira. Outro grave problema, criticado até mesmo por deputados aliados do prefeito, é a incapacidade de o governo municipal não conseguir elaborar nem apresentar projetos, seha na esfera estadual quanto federal, reduzindo as possibilidades de captação de recursos. Por fim, durante quase toda essa gestão, os fornecedores e prestadores de serviço recebem somente com atraso de três a quatro meses e o funcionalismo não tem recebido as gratificações e vantagens devidas em salário.

Robert Lobato – Você vê algo de positivo na gestão do tucano?
O pagamento dos salários do funcionalismo em dia poderia ser um aspecto positivo da gestão Madeira, mas isso se desfaz quando se verifica que as gratificações e outras verbas de direito não são pagas. Outro aspecto seria o aumento da arrecadação de impostos, que tem sido recorde, mas se vê que isso se deve ao novo ritmo de crescimento do país, e não a uma dinamização do setor.

Robert Lobato – Com quais força políticas você pretende coligar?
Estamos mantendo conversações com PCdoB, PSB, PSOL e PPS, embora verificque que este último tenha algumas dificuldades nessa possível coligação, por não fazer parte do arco de alianças do PT.

Frederico Luiz – O PT pode abrir mão da cabeça de chapa? Em quais condições?
Dificilmente, mas não impossível. Somente se, no período das convenções, nossa candidatura se mostrasse sem possibilidades de disputar efetivamente as eleições, o que não creio que aconteça, diante da receptividade e apoio que já vem recebendo.

Gilberto Leda – O PT acredita que pode eleger um prefeito em ITZ?
Sem qualquer dúvida. E acreditamos que sairemos vencedores destas eleições.

Frederico Luiz – De que forma a prefeitura de Imperatriz pode contribuir para diminuir os indicadores de violência e em especial o narcotráfico?
Imperatriz carrega a imagem negativa de cidade violenta, que a sociedade quer se ver livre dela. Verificamos que em mais de 80% dos crimes estão envolvidos jovens, tanto como autores quanto comoo vítimas. E percebemos facilmente que faltam políticas públicas para a juventude. Isso ajudaria muito. A presença do poder público através de programas educacionais, de qualificação, de geração de renda eficazes, são meios que comprovadamente reduzem a criminalidade. Parcerias para a implantação de policiamento comunitário também inibem a prática do crime. No Maranhão, porém, a falta de aparelhamento das polícias, o reduzido contingente nas cidades interioranas, favorecem a marginalidade.

Frederico Luiz – Fique a vontade para suas considerações finais
Imperatriz é uma cidade polo de uma região de quase dois milhões de habitantes (mais de oitenta cidades do Tocantins, Pará e Maranhão). É um dos maiores polos atacadistas do país. Vem buscando tornar-se um polo de saber e conhecimento. Sua vocação para o comércio e os serviços precisa ser fortalecida e induzida pelos poderes públicos. Não pode mais ser gerida ao acaso, sem um planejamento para as próximas décadas. Não podemos mais ser apenas um entreposto comercial. Temos que estimular a produção local; o surgimento e o fortalecimento de pequenos e médios empreendedores. Temos que buscar a ampliação de oferecimento dos cursos superiores, em níveis também de mestrado e doutorado. Enfim, há ainda um longo caminho a ser percorrido para que verdadeiramente Imperatriz consolide sua hegemonia regional, que hoje está ameaçada por outras cidades da região que crescem de forma mais vertiginosa. Em tudo isso, o poder público municipal deve ter presença forte, através de gestão planejada e eficaz.

Fonte: Blog do Frederico Luíz

Um comentário:

  1. Oxente moço... Esse caba bem aí num é aquele que do gunverno de Jomar e que pagou rescisão trabaísta a quem o município não divia... mais uma vez... Hehehe pra nóis da vila esse aí num serve não!
    Tabosinha da vila.

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