Dutra sai em defesa de pesquisador da UFMA ofendido por Sarney

por John Cutrim

O professor e pesquisador da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Wagner Cabral, foi acusado pelo presidente do Senado José Sarney (PMDB), em carta publicada na Revista Veja, como “radical desequilibrado da oposição raivosa” após comprovar, por meio de números, na mesma revista, que o senador é o verdadeiro causador de toda a miséria do Maranhão. Em razão dos ataques do peemedebista à Cabral, o deputado federal Domingos Dutra (PT/MA) foi ao plenário da Câmara manifestar apoio e solidariedade ao professor.


“Wagner Cabral é um dos melhores professores da UFMA, é um pesquisador que se dedica a estudar a história do Maranhão. Como é da índole de qualquer educador honesto, Wagner tem revelado para o Brasil os indicadores sociais negativos do Maranhão depois de 57 anos de domínio do Sr. José Saddam Mubarak Kadaf Sarney”, afirmou Dutra em defesa do pesquisador.

Na matéria “Bem-Vindo ao Sarneyquistão”, divulgada pela Veja da edição do dia 29 de junho, Cabral aponta três motivos para o atraso no Estado do Maranhão. O primeiro é a distribuição de terras pelo clã Sarney nos últimos 60 anos a empresas privadas. A consequência, segundo ele, foi a formação de latifúndios improdutivos, que, utilizados para atividades altamente subsidiadas, como a exploração de madeira e pecuária, resultaram em quase nenhum retorno financeiro para a economia maranhense.

A segunda, conforme Cabral em depoimento a revista, deve-se ao esvaziamento dos cofres do Estado para levar indústrias que demandavam pouca mão de obra ao Maranhão. Isso colocou metade da população economicamente ativa hoje dependente da pequena agricultura. A terceira contribuição de Sarney para a miséria do Maranhão, de acordo com o pesquisador, é a corrupção desenfreada. “No Maranhão, ela é endêmica”, relatou Wagner Cabral, destacando que a República nunca chegou ao Estado.

Na opinião de Dutra, Sarney não tem moral política e muito menos intelectual para questionar Wagner Cabral. De acordo com ele, a agressão não é apenas ao pesquisador, mas a toda Universidade Federal do Maranhão.