03/05/2011

Filme alemão abre mostra sobre a loucura na UFMA

Cine Muiraquitã exibe clássico que dá início às comemorações do Dia Nacional da Luta Antimanicomial.

Discutir a loucura, o saber médico e a questão da autoridade. Os temas estão presentes na obra-prima do cinema alemão “O gabinete do doutor Caligari”. O filme será exibido no Cine Muiraquitã, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), campus Imperatriz, nesta quarta-feira (04), e abre as discussões do Dia Nacional da Luta Antimanicomial.

“O gabinete do dr. Galigari” foi o marco do expressionismo alemão e estreou em 1920. A história do médico chamado Caligari que hipnotiza o jovem Cesare e o induz a matar várias pessoas é contada num clima de terror. Os cenários, criados em pedaços de madeira e pano por pintores expressionistas, explora efeitos de luz e sombra que evocam estados mentais em desequilíbrio.

“Escolhemos Caligari porque é uma história que discute a autoridade médica e questiona o conceito de loucura. O filme é um gancho para discutirmos a reforma psiquiátrica que propõe uma nova abordagem da loucura”, explica a professora do curso de Comunicação Social, Denise Ayres, que também pesquisa o tema.

O movimento da Luta Antimanicomial defende o fim dos manicômios e a inclusão social dos portadores de sofrimento psíquico. “A sociedade deve tolerar a diferença e a garantir tratamento humano aos usuários”, ressalta a pesquisadora.
Após a exibição do filme, haverá um debate entre alunos de diversas faculdades, professores, usuários do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e a comunidade em geral. Ao longo do mês de maio, o Cine Muiraquitã mostrará filmes alusivos ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial. As sessões acontecem às 18 h, no auditório da Ufma de Imperatriz e a entrada é gratuita.

A estudante de enfermagem, Ana Paula Carvalho, ressalta a necessidade de se discutir o tema com a sociedade.“Em algumas disciplinas de estágio temos o contato direto com os doentes mentais de Imperatriz. Embora nós estudantes de enfermagem conheçamos a triste realidade deles, a sociedade pouco sabe. Abordar esse tema a partir de um filme dentro de uma universidade, pode provocar um olhar crítico na comunidade sobre a realidade local. Ela só pode ser melhorada se for conhecida”.

Fonte: Assessoria de Comunicação da UFMA Imperatriz

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