SÉRGIO RANGEL
Folha.com
Um dos líderes da era Mano Menezes, o lateral direito Daniel Alves, 27, começou a trabalhar em 1991. Logo após completar oito anos, ele ajudava seu pai na roça, no interior da Bahia, e sempre lembra o castigo imposto pela seca aos parentes e amigos.
Quase 20 anos depois, o jogador virou titular da seleção brasileira, é um dos astros do milionário Barcelona e já conquistou há algum tempo a independência financeira.
O brasileiro Daniel Alves, do Barcelona, voa para tentar parar o argentino Aguero, do Atlético de Madri
Apesar da carreira de sucesso, o baiano de Juazeiro (a cerca de 500 km de Salvador) diz ser vítima de racismo nos campos do velho continente.
Em entrevista à Folha, Dani Alves, como é chamado na Catalunha, revelou que é xingado pelos torcedores rivais.
"Convivo com isso todos os jogos. Eles me insultam, me chamam de macaco", afirmou o lateral, que se declara "moreno de família negra" e tem os olhos verdes.
Sem se esquecer da imagem da terra rachada na sua cidade, o lateral quer iniciar neste ano um projeto de irrigação no interior baiano para amenizar os efeitos da seca.
Não gosta, entretanto, de ter sua infância na roça usada como um exemplo. "Agora acho bacana ter passado por aquilo tudo, mas não desejo isso para nenhuma criança", afirma o jogador.
Nesta quarta-feira, diante da França, às 18h, em amistoso no Saint-Denis, será novamente titular da equipe de Mano.
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