20/11/2010

Construindo o "Dia da Consciência Negra"

Até 1978 a libertação dos negros era comemorado no dia 13 de maio, dia em que no ano de 1888 a princesa Isabel, ocupando o trono de seu pai D. Pedro II que se encontrava em uma de suas viagens pelo mundo, assina a famosa Lei Áurea. Claro que essa data enaltece a princesa europeia e nega todo o contexto de lutas dos negros que se rebelavam em Quilombos espalhados por todo o país.

A pergunta inevitável é: porque mudou para 20 de novembro?

O 20 de novembro trata da data do assassinato de Zumbi, em 1665, o mais importante líder dos quilombos de Palmares, que representou a maior e mais importante comunidade de escravos fugidos nas Américas, com uma população estimada de mais 30 mil que durou cerca de 140 anos.

Há 32 anos, o poeta gaúcho Oliveira Silveira sugeria ao seu grupo que o 20 de novembro fosse comemorado como o "Dia Nacional da Consciência Negra", pois era mais significativo para a comunidade negra brasileira do que o 13 de maio. "Treze de maio traição, liberdade sem asas e fome sem pão", assim definia Silveira o "Dia da Abolição da Escravatura".


Em 1971 o 20 de novembro foi celebrado pela primeira vez. A ideia se espalhou por outros movimentos sociais de luta contra a discriminação racial e, no final dos anos 1970, já aparecia como proposta nacional do Movimento Negro Unificado.



Em 2003, no governo de um operário se cria a Lei 10.639 que entre outras conquistas oficializa o 20 de Novembro como o legítimo "Dia Nacional da Consciência Negra" e o Estado brasileiro reconhece Zumbi como herói de todas as raças.



Viva Zumbi!!! Viva a resistência dos povos!!!

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