28/07/2010

Arnaldo Jabor, a esquerda e o Maranhão feudal.

Em suas crônicas que vão ao ar todas as noites no "Jornal da Globo" o liberal assumido Arnaldo Jabor costuma fala muita asneira quando se trata de defender o ocidental capitalista e crucificar o oriente islâmico, ou mesmo quando trata das questões de luta agrária e partidos de esquerda no Brasil. Com a excelência de quem domina o poder da retórica, mesmo que auxiliado por um telepronter, Jabor consegue representar com certa perspicácia o que pensam os mentores intelectuais da rede globo.

MARANHÃO

Na jovem história do Brasil republicano, os liberais tiveram papel preponderante na derrocada dos setores aristocráticos, ainda que aliando-se a eles em momentos estratégicos. No princípio dessa república augustiniana o capital procurou se desvencilhar da nobreza monárquica, ao passo que contrapunha-a na disputa pela hegemonia econômica utilizando-se para isso, da estrutura política do pais. Para este setor, hoje representado pelo capitalismo industrial e também pela rede globo, o Brasil que ainda persiste no semifeudalismo precisa se adequar de vez à concepção do evolucinismo irreversível do francês August Comte, que tem seu ápice no vigente capitalismo financeiro internacional.

Nesse sentido o capital, via sua porta voz rede globo, consegue atingir ao mesmo tempo a última oligarquia brasileira e o maior partido de esquerda da América Latina. A dialética pensada por Aristóteles na antiguidade, pelo fenomenologista Edmund Husserl e pelo materialista Karl Marx na contemporaneidade, nunca foi tão presente como no fértil terreno da nossa atual conjuntura política que é capaz de produzir anomalias como a aliança entre PT e a oligarquia Sarney, nos fazendo a um só tempo defender e combater o que os extremos oposicionistas, esquerda sectária e neoliberais, chamam de duas faces de uma mesma moeda.

No Maranhão somos (a esquerda petista) a síntese desse paradoxo e diante dele temos que concordar com o anticomunista Arnaldo Jabor que ontem comparou o Maranhão ao Afeganistão, fazendo uma crítica à decisão do TRE de contrapor o TSE deferindo candidaturas de deputados fichas sujas como a do filho rejeitado da oligarquia, Sarney Filho. Jabor finalizou sua crônica dizendo: "O feudo Maranhão não respeita a república brasileira".

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