Do blog de Zema Ribeiro
A BATALHA DE MANÉ
Nascido em Santa Inês, na região do Pindaré, Gildomar Marinho é bancário e músico, não necessariamente nessa ordem. Artista multifacetado, lançou Olho de Boi, seu primeiro disco, em 2009. Está em Fortaleza/CE, onde ora reside por conta do ofício de bancário, em estúdio gravando Pedra de Cantaria, a ser lançado ainda este ano.
Entre as faixas deste segundo trabalho, Batalha do Cerrado, tributo a Manoel da Conceição, com música e letra bastante elogiadas pelo pequeno círculo que tem tido o privilégio de ouvi-la antes de seu lançamento (a faixa já pode ser ouvida e baixada em seu myspace). [Nota do blogue: a música foi composta antes da patacoada do diretório nacional do PT e de mais este ato de bravura de Manoel da Conceição]
Se o compositor já conhecesse a decisão do diretório nacional do PT, que oPTou, no último dia 11 de junho, por entregar o partido no Maranhão à governadora biônica, filha do presidente (do senado), certamente teria acrescido aos versos-pergunta “Me diz, ó Mané.../ o que é que tu quer?” o verso-resposta “Que o PT não se entregue para o coroné”. (Zema Ribeiro)
BATALHA DO CERRADO
Gildomar Marinho
Mané anda lento
Mané vai à roça
Mané vai à luta
Mané filosofa:
Um boi, dez posseiros
Um dono, mil bois
Na luta por cerca
Não sobra pros dois
Mané fez da perna
Uma queda de braço
Um dedo em riste
Ao rei do pedaço
É da Conceição
De tantas Marias
Mané rebeldia
Mané liberdade
Mané foi chamado
De vil comunista
Mané natureza
Mané humanista
Mané quer os meios
De o pobre ser rico
De muita cultura
Pro Zé e pro Chico
Me diz, ó Mané
O que é que tu quer...
Comida pro Chico
Cultura pro Zé
Farinha de puba
Beiju e café
Futuro pro povo
La no Pindaré
A mata nativa
Do cerrado em pé
Piaba no fogo
Pimenta e chibé
Em noite de lua
Um bom cafuné
para o líder camponês Manoel da Conceição)
Cesar Teixeira
Já não há sinais de pólvora
escurecendo a tua vida,
mas ainda há na alma
alguma bala escondida.
Cicatrizaram os sinais
de encobertas torturas,
porém na alma ainda sangra
a flor nascida em clausura.
Amputaram em tua perna
o rastro que ela escondia,
não a classe dentro dela
que a si própria recria.
E apesar desse vazio
de cinza na madrugada,
logo brotará manhã
tua alma incendiada.
Te saúdo, companheiro,
e bebo na taça da aurora
em que te ergues inteiro
para todo o sempre e agora!
Essa eu conheço... obra que marca o talento de meu amigo Gildomar...
ResponderExcluirtambemmm vou mandar uma que fiz p MANÉ...