Do blog de Wilson Leite
Universitários da UEMA dos cursos de Geografia e Biologia realizaram ontem, 13 de março, uma reunião com representantes de pescadores, vazanteiros e lideranças do MAB de estreito.
Na reunião os estudantes questionaram sobre a situação hoje das pessoas que foram atingidas pela Usina Hidroelétrica de Estreito e com relação a ação do movimento com objetivo de pressionar o CESTE e as autoridades no cumprimento das obrigações em reduzir os impactos sociais e ambientais.
A reunião serviu também para organizar eventos alusivos ao 14 de março – Dia Internacional de Luta dos atingidos por barragens- e a conscientização por novas formas de geração de energia.
Hidroeletricidade não é energia limpa
A energia produzida a partir de usinas hidrelétricas não é sustentável. Ao inundar e destruir milhares de hectares de florestas e vegetação nativa, as barragens lançam na atmosfera toneladas de gases do efeito estufa, como o gás carbônico e o metano. Esses gases são provenientes da decomposição do material orgânico inundado. Cientistas têm alertado que grandes barragens podem ter maior impacto climático por unidade de energia gerada que a geração com base em combustíveis fósseis, como as usinas a carvão.
Além disso, as barragens são um importante fator no rápido declínio da biodiversidade fluvial no mundo todo. No Brasil, em particular, grandes hidrelétricas como Barra Grande e Tucuruí foram construídas para abastecer a indústria do alumínio, considerada "eletrointensiva" e proibida de se instalar em países europeus e no Japão. Essa indústria gera poucos empregos, polui o meio ambiente e recebe energia elétrica a preços subsidiados pelo governo. Tudo isso, para exportar uma matéria-prima barata para os países ricos, que eterniza nossa condição de país dependente e atrasado.
Será realizada uma visita ao acampamento do MAB em estreito, onde os estudantes tirarão fotos para serem expostas nos corredores da Universidade e exibição de um vídeo com depoimentos sobre a construção e os impactos causados às populações durante a próxima semana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique à vontade e seja bem vindo ao debate!